Vamos imaginar que um amigo de um amigo meu (nao eu claro), precisa de um conselho.
Ele gosta imenso de ciencia, mas tem um problema...tem medo de publicar (este amigo é muito estranho), porque está sempre com receio que tenha feito coisas erradas.....e que depois toda a gente vai acreditar e por aí fora....e depois vao usar os dados dele etc etc...tipo bola de neve.
Ora, tem um problema (aqui para nós, nao bate bem da cabeça). Embora goste imenso de ciencia e de pensar e tentar explicar e descobrir coisas, como tem este problema nao chega a ser
feliz. Enquanto esta la com os seus botoes a pensar, adora, mas depois começa a achar que faz tudo errado e que todos os erros afectam o mundo inteiro e que toda a gente vai ser infeliz por causa dele (aqui para nós tem a mania que o mundo gira á volta dele).
Como percebem este meu amigo não é feliz. Está a tentar mudar mas nao está a conseguir (embora continue a tentar). Ele está super contente por estar a tabalhar com coisas muito interessantes e intelectualmente estimulantes. As pessoas no grupo parecem estar a gostar e parece que mesmo há pouco tempo no novo grupo, já consegue dar opinoes validas, mesmo sobre coisas que até há 6 meses desconhecia. Logo, ele esta a dar-se muito bem e descobriu que é capaz de ser competitivo e que o seu cérebro funciona, mas mesmo assim acha que nao consegue ser feliz, porque vai chegar a ora da verdade e ter que publicar.
O conselho que lhe dei, é que por mais que goste de ciencia, parece nao ser compativel com ele. Hoje em dia, ciencia é publicar, bem ou mal. Se nao publicas, foste. Por isso se calhar, é melhor pensar noutra profissao em que se sinta realizado.
E resolvi pedir a vossa opiniao para este meu amigo que nao sabe o que fazer (mas continuará a fazer ciencia por mais algum tempo).
As unicas condições são:
1. Fazer algo em que se ele falha, ninguem morre........tipo algo artistico, como musico (ser músico nao é uma opção, por isso nao vale a pena)
Eu sugeri trabalhar numa caixa de supermercado, trabalhar num bar etc.....um call center etc.........mas nada lhe parece interessante (ele é um bocado esquisito).
Mas tem que haver alguma coisa que se adeque ao perfil dele........normalmente chama-se a isso tachos (quando nao se faz nada de relevante e ganha-se bom dinheiro por isso).
2. Dar aulas está fora de questao, nao quer ser responsavel por decidir a vida de putos.
3. Nao precisa de ser extraordinariamente bem pago.
Eu depois sugeri-lhe trabalhar em divulgação de ciência (tipo divulgar o que os outros descobriram), mas nao há muitos empregos desses
.....e também lhe sugeri escrever um livro tipo usar os conhecimentos de biologia para escrever ficção......(mas cá para nós ele nao tem muito jeito para escrever)
Nao sei mais que lhe dizer, por isso peço a vossa ajuda.
PS. La por ser uma amigo de um amigo meu nao é para andar por aí a contar a toda a gente, até porque ele vai durante algum tempo continuar a ser um cientista dedicado. Digamos que está apenas a preparar a saída.
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12 comentários:
Olha que o amigo nao e nada mais do que burinho... E como uma gaja andar a ter sexo sem se permitir ter orgasmos... nao leva a lado nenhum, nao cumpre o objectivo. MAs parece-me que a pergunta nao e essa porque ja ssumiste que o amigo do teu amigo nao vai mudar porque nao quer mudar! Assim sendo, acho mesmo que deve deixar a ciencia porque nao anda a faer mais nada do que brincar com o dinheiro dos contribuintes! Se estivessemos a falar de uma companhia de teatro na qual sao dados 2.000 euros a todos os seus actores e que depois no fim nunca apresentam uma peca, havi ai uma discussao parlamentar que vinha a casa abaixo. Agora o amigo do teu amigo, esconde-se por baixo desse medo de estar errado para nao publicar nada.
Se se publicar errado, nao faz mal... desde que nao o faca conscientemente! O unico problema ai e se falsificou os dados... se o problema e ter medo que as suas analises sejam extrapolacoes descabidas etc... cabe aos referees e depois a audiencia que o vai ler, decidir ate que ponto confiam no artigo ou nao!
Diz ao teu amgo: publica pa, publica.
E ja agora digo-te a ti e a todos nos tambem: publica, pa... publica!
Bem, a que se deve esse mau humor todo? foi a minha posta anterior ou era uma terapia de choque?
O gaja (que imagino quem seja)...isso dos orsgamos é uma boa comparação. Pois é só para percerber o que o meu amigo sofre. Imagina o que era se quando tem um orgasmo, em vez do que sente, sentia uma angustia enorme?
O meu amigo quer mudar e andou a tratar-se mas nao vai andar a vida toda drunfado. Nao é que nao queira mudar, mas nao consegue.
Já o argumento do dinheiro, que me faz imaginar quem seja a gaja, parece-me descabido.
Primeiro, porque uma das razoes porque o meu amigo vai sair é também porque noa vai andar a gastar dinheiro dos contribuintes para nada. Só para dizer, que o meu amigo nao se esta a cagar para os contribuintes. Além que sempre tentou justificar o dinheiro que gastou aos contribuintes (com ou sem artigos).
E segundo, a peça de teatro. Voce, nao deve andar muito em Portugal, pois nao? É que eu contava-lhe onde há dinheiro esbanjado, mesmo em ciencia. Além que nao concordo com a visao que o dinheiro que gasta se justifica com a publicação. Isto porque há muita coisa publicada que nao justifica o dinheiro gasto.....a nao ser o facto de contar a publicação para numeros do CV, da FCT, etc. Mas entao para isso é melhor começar a avaliar nao o merito cientifico, mas os projectos que necessitam de menos dinheiro para publicar um determinado numero de papers. Ve-se que nao anda muito por cá e se calhar esta num grupo bom, onde as pessoas sao correctas, porque se nao percebia que há muita gente que publica merda mesmo que saiba que é merda. Nao sei o que é melhor, nao publicar ou publicar coisas que ja se sabem que nao sao assim. Percebo o argumento de se descobres alguma coisa e nao partilhas é uma estupidez...e estas a prejudicar alguem, concordo.
Mas ciencia é um investimento de risco, por vezes nao há retorno...nem sempre há resultados.
Deve ter amigos que desistiram a meio do Doutoramento. Seja qual tenha sido o motivo, se nao conseguiam continuar, nao conseguiam. Acho que nao andaram a deitar dinheiro fora. Tentaram! Vejo, que no seu sistema há poucas oportunidades para falhas.
O meu amigo nao falsificou resultados, so acha que por vezes foram cometidos erros (tenham ou nao sido, sejam ou nao cometidos erros em todos os trabalhos) e nao foi tudo feito da melhor maneira. Mas claro que isso nao se deve so a ele, há mais autores e orientadores....e toda a gente pensa nalgum momento que ..... nao era a melhor maneira. Mas que quer que faça.....por se sentir ridiculo é que esta a pensar sair.
Imagino que é por estar bem entregue (num laboratório com alguem correcto) que nao sabe a sorte que tem (ou nao é apenas sorte). É que se tivesse que lidar com incompetencia durante 5 anos seguidos....se calhar nao andava tao entusiasmado. Repare ainda que o meu amigo nao será o unico a sair.
O mais importante é que ele sabe que era capaz...e talvez tivesse primeiro que perceber e que mostrar isso.......mas para ficar precisava de uma reabilitação grande... e para isso é preciso alguem que saiba reabilitar. Pode acontecer...vamos ver....mas ele neste momento nao exclui nenhuma possibilidade....e pensar noutras coisas nao lhe faz mal nenhum.
Nao se preocupe, que ele vai publicar o que tem para publicar........mas vai provavelmente sair na mesma. Até lá vai continuar a trabalhar e justificar o diheiro dos contribuintes gastam....e se a gaja é contribuinte nao se preocupe este meu amigo é consciencioso...se alguma coisa aconteceu durante os ultimos 6 anos, era que nao seria ele que teria que devolver aos contribuintes por varias razoes, que nem sairiamos daqui se tivesse que falar nisso, mas creio que vai acreditar.
Ciencia, esta a tornar-se num lugar estranho. Nao porque me sinta um looser e tipo para justificar o meu fracasso acuso os outros. Pelo contrario, estou a dizer que o problema é meu....empurrado por alguem, mas é meu....e tirando alguns grupos onde se fazem as coisas o mais correctamente possivel e o melhor que se pode e se sabe (que acredito que seja o seu caso)...acredite que há muita gente que nao o faz....
Nao me posso queixar muito porque estou quem quis a fazer o que quis....mas estou a dizer que tirando os verdadeiramente bons grupos (cientificamente, em termos de justiça etc)...tudo me parece muito estranho.
Publique, aprenda, publique, nao sabe a sorte que tem (ou fez por isso, claro esta)!
Sinto-me uma personagem de kafka encurralada na sua propria existencia.
E as sugestoes de profissoes para o meu amigo? Isso é o mais importante!
Eu sei que nao há milagres, mas pode sugerir algo.
Abraço
Olá! Ainda não li o testamento que o hedgy escreveu depois da outra gaja, por isso não comentarei nada disso. Talvez depois.
É só para dizer que eu também tenho uma amiga de uma amiga que gosta muito do que faz mas que acha que mais cedo ou mais tarde (e à medida que o tempo passa, o tarde torna-se cedo) se vai cansar da ciência. É que esta vida de cientista é demasiado intensa e com o tempo esgota uma pessoa: é preciso estar permanentemente em actualização, em competição, em corrida contra o tempo. Temos de seguir no comboio se não ele passa por cima de nós. Pelo menos se se quer fazer ciência de jeito, como a amiga da minha amiga e suponho o amigo do teu amigo... Para pessoas como eles não há meios termos no que diz respeito à dedicação e não faz sentido dar-se menos do que se pode.
Porque se não não haveria problema.
E, aqui entre nós, a verdade é que a ciência com a qual os amigos dos nossos amigos ganham cabelos brancos e rugas se calhar não é assim tão interessante quanto isso... E a ideia de que o saber é importante por si só, mesmo que não tenha aplicação, é um lirismo que já não convence a amiga da minha amiga, que sente que se andou a enganar a ela própria este tempo todo.
Por isso a amiga da minha amiga pondera duas hipóteses diferentes: continuar a apostar na ciência (mudando de área e fazendo coisas que também dão cabelos brancos e pouca felicidade mas que servem para salvar vidas ou o planeta) ou saltar da carruagem enquanto é tempo (e fazer qualquer coisa, mesmo que monótona, que não lhe exija mais do que dar o seu melhor das 9 às 5 e regressar a casa livre como um passarinho).
E essa amiga da minha amiga por acaso sentia-se quase um pouco cobarde por achar não ter a coragem que é preciso para mudar. Por acaso enfrentou esse monstro esta semana, ao anunciar ao seu próprio chefe que existe a probabilidade de no futuro se pôr a andar do centro onde trabalha.
A amiga da minha amiga vai certamente gostar de saber que não está sozinha no mundo. Estou certa de que não irá mudar para já. Creio que acredita que para se retirar em beleza terá de publicar um artigo na PNAS ou na Science antes disso - só assim é que o sacrifício que fez até agora (e de que curiosamente só se apercebeu agora porque foi um sacrifício que deu muito gozo fazer) terá valido a pena.
Acho que o amigo do teu amigo e a amiga da tua amiga deviam falar. Talvez tenham alguma ideia interessante!
Sugestões de profissões? Não sei. A amiga da minha amiga pensou em várias:
- o ensino (inevitavelmente) - mas o amigo do seu amigo não quer, não é?
- a multimédia.
- ir fazer análises clínicas ou trabalhar na stabvida ou outra empresa do género.
- comprar dólares agora e vendê-los depois.
Oh Caro Hedgy...
Primeiro deixe-me desculpar pelo anonimato... sim era a facadas, ou a mana tesoura, ou o raio que me parta...
deixe-me tambem desculpar pela dureza das minhas palavras, mas tal como o comentario da Catarina, a dureza do meu comentario deveu-se ao facto de tambem a mana ter um amigo de uma amiga numa situacao parecida, se bem que nao igual!
Por outro lado, ja me devia conhecer melhor (se bem que eu mudo tanto de personalidade como de cuecas...) mas eu sou uma gaja um bocadinho avacalhada e nao gosto nada de andar com paninhos quentes... eu sou mais tratamento de choque...
Compreendo perfeitamente a situacao do amigo do seu amigo. O que acho e que se ele se sente infeliz entao sim, deve desistir... porque por muito que ele seja bom, e tudo me diz que e, nao e unico... gente boa nao falta por ai... se se perder o genio dele, o mundo nao vai parar por isso... outra pessoa pensara nas mesma coisas ou coisas semelhantes... o que importa e a felicidade dele! Que se f*d* a ciencia!
A dureza do meu comentario teve a ver com o facto de achar que toda essa infelicidade provem daquela coisa tao portuguesa (e imagino que o maigo do seu amigo seja portugues) que e o acharmos sempre que nao somos suficientemente bons, que fizemos merda e que esta sempre tudo mal! ele que nao seja assim que nao e verdade! Pelo menos nao tem mau caracter de saber que fez merda e nao se importar nada e publicar na mesma.
Agora quento ao nao concordar com o comentario de que se nao publica entao e melhor nao fazer mesmo nada ai nao concordo. Acho que o que se faz... melhor ou pior tem de ser publicado, porque senao e o mesmo que se nao tivesse feito nada!
Olha que simpatizo muito com o dilema do amigo do amigo e espero que ele faca o melhor para ele!
Quanto a profissoes... nao sei, mas olha, ele que ate gosta da noite que trabalhe num bar por uns tempos, para ter dinehiro para pagar a renda e usufruir das vidas e historias dos outros ate se encontrar!
Se calhar se fizer isso por uns tempos acha que sabe fazer ciencia melhor do que aturar bebabdos, e vai ter saudades dos eppendorfs aos quais se pode dizer tudo o que se quiser sem que eles respondam torto!
Um abraco grande e boa sorte ao amigo do amigo...
Mantenha-nos informado sobre o estado de espirito dele!
A FACADAS
Mas a dureza
deve ser bicho! é que eu também tenho uma amiga que andou 10 anos na ciência, arrastando penosamente os últimos 3. é verdade, aquilo deixou-a tão frustrada que desistiu mesmo, bum, nem olhou para trás. anda agora a experimentar o ensino. parece que anda exausta de todo, tal é a carga de trabalho, mas ouvi dizer que dentro de pouco tempo acaba o semestre e vai ter mais tempo para relaxar e fazer o balanço da sua nova vida.
consta que se sente um pouco triste por ter tomado uma decisão tão radical, mas nada que o tempo não cure. e podes dizer ao teu amigo que a minha amiga disse que ensinar é muito menos essa grande responsabilidade sobre o destino dos alunos mas antes um desafio a criar neles o gosto por assuntos que à partida não reconhecem. assim ao estilo de um "não negue à partida uma ciência que desconhece"!
esse teu amigo devia pensar menos nos problemas e publicar mais. afinal, ele não está a publicar nada assim tão importante, pois não? ;)
a minha amiga também se tem na conta de uma deprimente incompetente não-publicadora e no entanto continua a querer escrever os artigos da sua frustrante tese... estes nossos amigos são gente esquisita!
só pode ser bicho!
gaja facadas, eu conheço-a o suficiente para sabe que normalmente nao andar a por paninhos quentes. E nao é preciso, porque o que o meu amigo precisa agora é ser pragmático. E nao andar mais 10 anos com paninhos quentes em si próprio.
Mas eu sei que há esta mentalidade portuguesa, mas aquilo que o meu amigo se refere, é bastante pessoal.
Como se vê ha mais gente desiludida... e se calhar o cérebro do meu amigo manifesta a sua desilusão com certos receios (quer eles se justifiquem ou nao).
Mas se calhar é só uma maneira de dizer: sai. Se é uma fuga, nao sei.
Ora quanto aos outros comenários:
Para pessoas como eles não há meios termos no que diz respeito à dedicação e não faz sentido dar-se menos do que se pode.
Pois....o meu amigo sente isto, e acho que é partde do problema. Até porque como diz mais tarde, há questões que nao merecem.
Quanto ao ensino, o meu amigo nao coloca totalmente de parte.....tive so uma ma experiencia mas toda a gente me diz que nas condições em que foi, é normal. Afinal, é como a amiga da amiga Rita, abrir caminhos e horizontes.
Quanto á outra amiga que por vezes ainda pensa sobre tal decisao tao abrupta, é perefeitamente normal.
Provavelmente necessita de viver 2 dias de vez em quando, da sua antiga vida para perceber que esta bem onde está. Repare em quem nao tomou tal decisao....que anda aqui vai que nao vai. Força nisso, desde que se foi nao tenho conhecimento que as coisas tenham mudado para melhor, por isso...continue que esta bem.
Mas concordo que os nossos amigos poderiam usar o cérebero. "Acho que o amigo do teu amigo e a amiga da tua amiga deviam falar. Talvez tenham alguma ideia interessante!
Talvez tenhamos que criar o meeting dos encalhados científicos (encalhados nao por incapacidade, mas por indecisaõ ou desmotivação) e pensar em algo inovador e interessante de maneira a sentirmo-nos mais uteis e mais felizes.
De certeza que há algo e até temos algum tempo para pensar.
Só mais um comentário.
Conheço duas pessoas que recentemente deixaram ciencia (uma delas participou na contrução do PAML, participou em vairios softwares e tem artigos nas revistas top. A outra, nao mas revelou-me o que mais dificultou a sua decisao.
Muitas vezes (por acaso nao é o meu caso), suponho que as pessoas têm dificuldade em sair porque acham que sair é assumir que nao se é bom...ou mostrar que nao se conseguiu. Porque sempre naquilo que os outros pensam, o que é compreensivel.
Mas nao, é só o perceber que nao queremos aquilo. Nao é nada desprestigiante. Nao tenho duvidas que as pessoas que conheço e que sairam de ciencia...iriam fazer o mesmo ou melhor que todos os outros que continuam. E nao se deixem enganar por esse cerebro.
Já todos percebemos que nos enganaram quando nos diziam que uma coisa é para toda a vida.
Mas se for preciso um paper na PNAS ou Science, força nisso, estamos aqui a apoiar, desde que depois isso nao obrigue ninguem a ficar.
Fiquei a saber (nao aqui de Espanha), o quao frequente é em certos países, alunos desistirem de doutoramentos (normalmente pelas razoes que sabemos), de pessoal de instituições importantes e com montes de sucesso sairem.....
é tipo...nao gosto, nao quero, saio. Claro que em Portugal depois parece que nao há alternativas e se calhar temos uma mentalidade que nos faz ficar até ao fim. Seja o fim, o barco ir ao fundo ou nos estarmos tao fartos que nos vamos embora.
Se calhar, há gente muito entusiasmada em ciencia porque andou a saltar de um sitio para outro até que sentiu que aquele era o seu. Alguns têm sorte de o econtrar á primeira. Se calhar é o facto de nao termos desistido e mudar de lab em lab até que nos entissemos bem, que nos faz agora sentir que isto nao é o melhor.
Mas estou só a tentar adivinhar
ola,
o meu nome e [-_-], e queria dizer que eu tambem tenho um amigo
Caro Hedgy,
de tudo o que escreveste na mensagem original, ficaram-me duas coisas: o sentimento de infelicidade/não realização e o reconhecimento de que tens cérebro. Na minha opinião, são dois bons motivos para mudar: o primeiro porque ser infeliz para sempre não é um bom plano de vida; o segundo porque quando dizes que tens cérebro, não dizes que ele só funciona para ciência, por isso presumo que funcione noutro tipo de trabalho.
Vai ser difícil sair? Sim. Vai ser complicado arranjar alguma coisa que te satisfaça? É provável. Mas a própria mudança traz motivação e forças novas.
Amadurece bem o assunto; fala com muitas pessoas, pessoas diferentes; e se decidires mudar, não esperes muito para o fazer!
Abraço!
Eeheheheheh...há uma coisa que se chama ir guardando dinheiro para depois se poder mandar a vida real à merda e resolver ser actriz ou médica ou ainda qualquer outra coisa de que me hei-de lembrar, e arranjar empregos à noite (não como puta, ainda!) para não ter que pedir ajuda aos meus papás, aos trinta anos, para pagar a renda. Mas claro, estas coisas têm um cansativo preço emocional a pagar...ai têm têm! Neste caso não estou a falar de amigos, estou a falar de mim. Mas tenho muuuuitos exemplos de amigos e familiares que fizeram o mesmo.
Beijinhos a todos, com saudades!
pois eu para não variar também tenho um amigo. que se cansou da ciência e decidiu ir aprender a fazer desenhos.
não esteve enfiado em laboratórios muito tempo (menos que os que comentaram antes) mas mesmo assim já era demasiado.
e agora, aparte do trabalho que tem e dos fins de semana sempre ocupados (é quase como ser cientista outra vez não é?) e de acordar cedo e chegar a casa tarde, acho que ele anda todo contente.
go for it.
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