Eu sou um privilegiado. Mas isto foi-me dito assim como se fosse um criminoso, pelo facto que deveria ser punido e viver uma vida infeliz.
Pois é, de facto a carapuça serviu-me. Eu sinto-me um privilegiado porque tenho excelentes amigos e família e devo reconhecer que mesmo que por vezes fale mal deste Portugal, foi este o estado que me deu educação, me permitiu o acesso à saúde e me concedeu uma bolsa de investigação. Mas não deveria ser o acesso à saúde e educação aquilo em que o estado deveria apostar de modo a receber mais tarde os dividendos (cidadãos com melhor educação e mais qualificados de modo a contribuirem para uma melhoria significativa deste país)?
Mas desculpem a imprecisão é que fui acusado de ser um privilegiado por ter a possibilidade de fazer o que queria. Ora, eu lamento profundamente que existam pessoas que não possam desempenhar as profissões que desejariam, pois com certeza a sua produtividade seria maior. Mas isto não devia ser o normal, fazer aquilo que mais se gosta?
Parece que não. Se tenho uma coisa boa não posso reivindicar mais porque estou a ser um mal agradecido.
Um médico faz o que gosta? Um advogado? Um político? Um deputado? Pois, mas a diferença é que todos eles têm direito a uma reforma digna e a subsídeo de desemprego. Aliás os deputados, até com poucos anos de trabalho, veja lá que previlégio.
Se o Sr Presidente da FCT não faz o que gosta, eu lamento, mas lamento muito, porque merecia melhor sorte. Não sei se queria ser ministro ou desempenhar outro cargo político de relevância, mas infelizmente ficou com na FCT. Ou então queria uma vida humilde e simples de empregado de café, mas foi obrigado a outras funções.
Mas se faz o que gosta, gostaria de saber se vai ter direito a uma reforma condigna ou a subsídeo de desemprego se a má sorte bater à porta. É que isso é um duplo privilégio que o nosso país não pode comportar.
Se faz o que gosta não deve ter regalias em demasia, pois lembre-se das pessoas que não têm nada. E já que há pobres em Portugal, para não falar de África, porque é que não paramos de fazer ciência e mandamos o dinheiro que normalmente gastamos para África. Ilógico? Surrealista? Claro, o mundo não vai parar só porque há fome.
Mas percebeu agora que o seu argumento pode ser usado para tudo.......a única diferença é que eu não tenho um cargo político, mas já que se preocupa tanto com os jovens empregados de cafés, preocupe-se também com as crianças em África. Se calhar começava por abolir a reforma aos deputados........dava para alimentar muita gente. Mas não me venha é com demagogias, porque disso está o país cheio...
PS. Não estou filiado nem me identifico com nenhum partido político e muito menos sou anarquista (isto antes que me acusem de alguma coisa).
12 comentários:
hmm, esse argumento cheira-me a conspiração entre directores de centros de investigação e presidentes da FCT... é que não deve ser coincidência andarmos a ouvir isso há anos, sempre que ousamos considerar que somos trabalhadores com deveres e direitos!
ou então é mesmo a falência do vocabulário que arrasa com a capacidade argumentativa dessas pessoas que acham que todos os seus privilégios lhes são devidos mas quanto aos outros...
por outro lado, vejo aí um paralelo com o famoso argumento "parto sem dor é parto sem amor"!
bolas, deve ser bem fixe estar em posição confortável, cheio de regalias e sem dores!!
ah, esqueci-me ao que vinha: boa sorte na tua nova vida, pequeno cocas!!
the hedgy for president!!!!!
(se calhar aquelas fotos na piscina a criar um ambiente de relaxe vão ilustrar o sr presidente a visitar os previlegiados...arghhh)
ah, também me esqueci ao que vinha, que era dizer que fiquei comovida ao ver que deixou que a minha piquena ilustração de vóócê o retratasse neste blogue... (e ouve-se uma lágrima a cair...)
Conspiração?
Não, nada, nem isto!
Eles sabeme-le-a toda.
´
Obrigado, muito obrigado por me dixarem trabalhar no que queria sem receber um ano.
Beijinhos, Miss Piggy!
Ja agora, sabe que o gonzo anda por aí?
Esse slogan parece-me bem. Hedgy a presidente!
Ouvi falar de bolseiros numa piscina! Dizem que está num blog por aí. É por essa e por outras que depois ouvimos bocas que somos uns privilegiados.......ora pudera........ler artigos numa piscina parece-me de facto só para alguns.
Espero por ver a notícia publicada com fotos e tudo em vez do mail de um amigo do amigo que disse que disse. Se vir um bolseiro numa piscina ficarei indignado.
É que acaba de cometer uma enorme falsidade. Porquê? Porque lhe pediram? Não foi a virar o cu para a lua que fizemos o 25 de Abril, foi com pessoas que pensavam pelas suas cabeças.
E não falo mais se não desgraço-me.
Hedgy a Presidente!
Prometo uma reforma digna, ou seja, partos sem doer no novo país.
vpcd,
a ilustracao podia estar melhorzinha... o hedgy e mais monhe...
monhé?
Eu?
Estado expplicado! Dai a Olga andar a praticar danças bollywood e nos ultimas duas semanas termos visto três filmes indianos.
SE é assim, só nao percebo porque é que nao gosta de Caril.
Monhé, só se for em sentido lato... Indiano não, marroquino sim.
Bem, e agora a propósito do tema desta posta:
Não somos obrigados a engolir sapos. Podemos sempre tentar mudar qualquer coisa. E, como a união faz a força, podemos começar por ir todos à manifestação de bolseiros que vai haver na próxima quarta...
eu devo dizer que nao sou gajo de amnifestaçoes, mas desta vez ia a Lisboa manifestar-me.
Podem sempre dizer-me ah mas so dizes isso porque nao estas cá.
é legitimo que pensem assim.
O que é ilegítimo é que as pessoas passem 365 dias a queixarem-se de problemas e depois sejam incapazes de se unirem para os resolver.
Um bando de acomodados é o que é.
Eu acho que nos tempos de Salazar o pessoal com 50 anos era mais activo que agora a geraçao com 25-30 anos.
Um bando de passivos capaz de todas as promiscuidades e estar sempre do lado de quem nos dá umas migalhas.
Hedgy a presidente.
Apoiado! Eu voto em ti!
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