sexta-feira, 21 de março de 2008

Professora "brutalizada"

As imagens que correram Portugal durante o dia de ontem são ilucidativas.

Não há possibilidade de equívocos. Mas continua a ser engraçado que no publico on-line, onde provavelmente se registou um record quando so numero de comentários em relação a uma notícia, as opiniões são tudo menos unânimes:

1) Culpa-se a ministra
2) Culpa-se a aluna
3) Culpa-se a professora
4) Culpam-se os pais
5) culpa-se o estatuto do aluno
6) culpa-se a geração

A minha pergunta é: alguém naquela sala de aula estava com vontade de aprender seja o que for?

Nao se transforma um grupo de jovens que não percebe a importância da aprendizagem num conjunto de meninos bem comportados a ouvir interessadamente o que lhes têm para ensinar.

Mais uma vez vamos discutir durante dois dias a violência nas escolas, a educação dos pais e as metodologias de ensino, os comentadores vão á televisao, os sindicatos prenunciam-se mas nada se resolve na educação como de resto acontece há cerca de 30 anos.

A minha pergunta já não é se há uma reforma que resulte. A minha pergunta já é: será que alguém conseguirá fazer uma reforma para melhorar o ensino?. Eu acho que não. Há o bloqueio dos alunos, dos pais, dos professores, dos partidos politicos, dos sindicatos, dos funcionarios, dos gestores, agora dos Presidentes das Câmaras, muito deles sem formação para uma perspectiva de educação a longo prazo.

Uma reforma só se fará ouvindo todos estes intervenientes mas não por estes intervenientes. Mas primeiro é preciso encontrar um modelo que funcione, que se explique a todos os intervenientes de maneira a que uma reforma nao deixe de ir para a frente por causa de questões relevantes, mas menores para o bem comum.

Resta-nos ouvir mais 2 ou 3 dias de telejornais e de políticos que falam, falam mas pouco dizem. Depois podemos esquecer e começar talvez a pensar no número de mortes na estrada, no preço da gasolina e em qualquer outro evento mediático que por aí apareça. Ninguém pensa a longo prazo e por isso vamos num barco em que não sabemos o porto de destino. Andamos á deriva de um lado para o outro à espera que por milagre cheguemos à felicidade prometida.

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